Chamo-me Santa Maria, nasci em 2000, sou um pintor autodidata, movido por uma vontade incessante de aprender e conhecer o mundo artístico. A minha prática tem sido uma forma essencial de expressão, de investigar e materializar o que mais admiro na arte. Além desta curiosidade insaciável, sou impulsionado por um fluxo constante de ideias visuais e conceptuais que me navegam na mente, e sinto uma urgência em dar-lhes forma e vida através do meu trabalho.
My name is Miguel Tomé Ribeiro, I was born in 2000, and I am a self-taught painter driven by an incessant desire to learn and explore the artistic world. My practice has been an essential means of expression, a way to investigate and materialize what I admire most in art. Alongside this insatiable curiosity, I am propelled by a constant flow of visual and conceptual ideas that navigate through my mind, and I feel a pressing need to give them form and life through my work.
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Mystery Person
Conceito: Criar a imagem de uma figura gerada por AI e colocá-la em cada esquina num raio de 8 km de uma grande cidade.
Contexto: Na era digital atual, a exposição às celebridades através das redes sociais e da internet é avassaladora. Somos bombardeados com fotografias, vídeos e notícias, por vezes milhares de vezes ao dia. Esta realidade leva muitos fãs a criarem perfis dedicados a estas figuras públicas, onde partilham vídeos e publicações incessantemente. No entanto, esses fãs acabam por construir versões idealizadas dessas celebridades—personagens perfeitas que não correspondem à realidade. Vivemos num tempo em que alguns influenciadores já não são sequer pessoas reais, mas sim personas criadas por inteligência artificial, que interagem com o seu público como se fossem reais.
Objetivo: Transportar este conceito para o mundo físico através da criação de um retrato de uma figura gerada por AI, desprovida de qualquer história pessoal—apenas a imagem, sem nome nem texto. Esta imagem será colocada em vários espaços públicos, desde as fachadas de grandes edifícios até pequenos recantos, como caixas de eletricidade. O propósito é permitir que as pessoas se deparem, nas ruas, com algo que habitualmente encontram nos ecrãs dos seus telemóveis ou na televisão, desafiando-as a projetar as suas próprias interpretações e idealizações sobre esta figura criada por AI.
Concept: Create a visage of an AI person and place it at every corner within an 8 km radius of a big city
Context: Today, the exposure we have to celebrities through social media and the digital world is immense. We constantly see photos, videos, and news, sometimes thousands of times a day. It reaches a point where fans create profiles dedicated to these celebrities, sharing videos and posting hundreds of times daily. However, these fans often construct an imaginary version of the celebrity in their minds—an idealized, perfect persona that doesn’t match reality. In fact, we now live in a time where some influencers are not even real people but AI-generated personas that interact with their audiences as if they were real.
Objective: To bring this concept into the physical world, a mugshot of an AI-generated person with no backstory will be created—just the photograph, without any name or text. The image will then be placed in various public spaces, from large building walls to small corners like electrical boxes. This will allow people to encounter in the streets what they typically see on their phones or on television, inviting them to project their imaginary versions of celebrities onto the AI persona.
Coreto
Conceito: O projeto tem como objetivo desenvolver eventos/projetos culturais em torno de uma peça comum, o coreto do dia-a-dia, que será o tema principal.
Contexto: O Coreto, símbolo profundamente enraizado na tradição portuguesa, serve de ponto de partida para esta investigação artística, onde a memória colectiva e a contemporaneidade se cruzam. Ao longo do tempo, os Coretos foram espaços de encontro, celebração e expressão cultural, promovendo o convívio e reforçando os laços comunitários intergeracionais.
No cerne deste projecto está uma reflexão sobre a forma como percebemos o tempo na actualidade. Historicamente, a humanidade organizava a vida em função das estações do ano, seguindo um ciclo natural que ditava ritmos e tradições. No entanto, a evolução tecnológica e social alterou profundamente essa relação. Hoje, a nossa existência é marcada por ciclos diários — a alvorada, o dia, o lusco-fusco e a noite. Este projecto pretende explorar essa mudança de paradigma, criando um espaço que reflita a nossa vivência actual do tempo e convide o público a uma experiência em torno da passagem das horas.
A motivação para este projecto surge de uma relação pessoal e artística com a noção de tempo e com o próprio conceito de Coreto. Desde a infância, a música e a vivência dos Coretos nas festas populares marcaram o meu percurso. Foi nesses palcos efémeros que assisti às primeiras actuações de bandas filarmónicas, num ambiente onde arte e comunidade se entrelaçavam de forma orgânica. Mais tarde, a minha prática artística levou-me a explorar a relação entre tempo, espaço e memória, consolidando uma abordagem que procura criar experiências imersivas e sensíveis à percepção temporal. Este projecto não é apenas uma homenagem a essa vivência, mas também uma tentativa de a transformar e expandir. O Coreto é aqui repensado como uma estrutura contemporânea que descentraliza a criação artística, democratiza o acesso à cultura e integra a arte no quotidiano da cidade. Torna-se um ponto de encontro e uma estrutura viva que ressoa com a dinâmica dos lugares por onde passa.
Objetivo: O projecto propõe a criação de um Coreto itinerante, pensado como uma plataforma artística móvel, que circulará por diferentes locais em Portugal. Este Coreto servirá de palco para música, teatro, performance e outras expressões artísticas, promovendo encontros espontâneos e o envolvimento das comunidades. A estrutura será composta por quatro arcos, representando as diferentes fases do dia — alvorada, dia, lusco-fusco e noite — simbolizando a transição entre luz e sombra, vigília e descanso, acção e contemplação. Cada uma destas fases terá uma identidade visual e sonora própria, proporcionando ao público uma experiência imersiva que reflecte o ritmo do tempo.
Ao longo do seu percurso, o Coreto interagirá com os contextos urbanos e sociais, tornando-se palco para práticas artísticas diversas e catalisador de novas formas de criação no espaço público. Deixa de ser uma estrutura fixa e isolada para se tornar num elemento adaptável, que se reinventa consoante o local e as pessoas que o habitam.
Este Coreto contemporâneo cruza escultura, carpintaria, música, teatro, performance e cinema, criando um objecto artístico híbrido que transcende a sua função original e se abre a novas interpretações e possibilidades.
Em suma, o Coreto é pensado como um espaço flexível, inclusivo e dinâmico. Reflecte sobre a nossa experiência do tempo, recupera o espaço público para a criação artística e estimula o diálogo entre tradição e inovação, entre artistas e comunidade, entre memória e futuro.
Context : The Coreto, a symbol deeply rooted in Portuguese tradition, serves as the starting point for this artistic exploration, where collective memory and contemporary life intersect. Over time, coretos have been spaces for gathering, celebration, and cultural expression, promoting social interaction and strengthening intergenerational community bonds.
At the heart of this project is a reflection on how we perceive time in the contemporary world. Historically, humanity organized life around the seasons, following a natural cycle that shaped rhythms and traditions. However, technological and social changes have deeply altered that relationship. Today, our existence is marked not by seasons, but by daily cycles — dawn, day, dusk, and night. This project seeks to explore that shift in paradigm, creating a space that reflects how we currently experience time and invites the audience to engage with the passage of hours. The motivation for this project stems from a personal and artistic relationship with the concept of time and the Coreto itself. Since childhood, music and the experience of coretos during popular festivals have shaped my path. It was on those temporary stages that I first witnessed philharmonic bands perform, in an environment where art and community blended organically. Later, my artistic practice led me to explore the relationship between time, space, and memory, solidifying an approach that seeks to create immersive experiences sensitive to temporal perception.
This project is not only a tribute to that experience but also an attempt to transform and expand it. The Coreto is reimagined as a contemporary structure that decentralizes artistic expression, democratizes access to culture, and integrates art into daily urban life. It becomes a meeting point and a living structure that resonates with the dynamics of the spaces it inhabits.
Objective: The project proposes the creation of a traveling Coreto, designed as an artistic platform that moves through different locations of the country. This Coreto will host music, theater, performance, and other artistic expressions, fostering spontaneous encounters and community engagement.
Its design includes four arches, each representing a phase of the day — dawn, day, dusk, and night — symbolizing the transition between light and shadow, wakefulness and rest, action and contemplation. Each phase will have a distinct visual and sonic identity, inviting audiences into an immersive experience that reflects the rhythm of time.
As it travels, the coreto will interact with urban and social contexts, becoming a stage for diverse artistic practices and a catalyst for new forms of public art. Rather than remaining a fixed and isolated structure, it adapts and reinvents itself according to the place and the people who engage with it.
This contemporary Coreto merges sculpture, carpentry, music, theater, performance, and cinema into a hybrid artistic object — one that transcends its traditional function and opens new possibilities for artistic creation and cultural participation.
In short, the Coreto is envisioned as a flexible, inclusive, and dynamic space. It reflects on our experience of time, reclaims public space for artistic expression, and fosters a dialogue between tradition and innovation, artists and community, memory and future.